terça-feira, 22 de abril de 2025

Poema - O Poema Pouco Original do Medo

 Trata-se de um poema de Alexandre O' Neill. Foi escrito durante o Estado Novo, durante a ditadura. Vamos ler e apontamos as semelhanças e diferenças com o episódio de "O Adamastor".

https://www.youtube.com/watch?v=CTe3tMcmGds&ab_channel=Serpente- abre

O medo vai ter tudo
pernas
ambulâncias
e o luxo blindado
de alguns automóveis

Vai ter olhos onde ninguém os veja

mãozinhas cautelosas
enredos quase inocentes
ouvidos não só nas paredes
mas também no chão
no tecto
no murmúrio dos esgotos
e talvez até (cautela!)
ouvidos nos teus ouvidos

O medo vai ter tudo

fantasmas na ópera

sessões contínuas de espiritismo
milagres
cortejos
frases corajosas
meninas exemplares
seguras casas de penhor
maliciosas casas de passe
conferências várias
congressos muitos

óptimos empregos
poemas originais
e poemas como este
projectos altamente porcos
heróis
(o medo vai ter heróis!)
costureiras reais e irreais
operários
     (assim assim)
escriturários
     (muitos)
intelectuais
     (o que se sabe)

a tua voz talvez
talvez a minha
com certeza a deles

Vai ter capitais
países
suspeitas como toda a gente
muitíssimos amigos
beijos
namorados esverdeados
amantes silenciosos
ardentes
e angustiados

Ah o medo vai ter tudo
tudo

(Penso no que o medo vai ter
e tenho medo
que é justamente
o que o medo quer)

*

O medo vai ter tudo
quase tudo
e cada um por seu caminho
havemos todos de chegar
quase todos
a ratos

Sim

a ratos


terça-feira, 8 de abril de 2025

Correção da ficha de gramática- orações

 

3.

a. que estavam no museu - oração subordinada adjetiva relativa restritiva  QUE - PRONOME RELATIVO

b. Assim que chegares a casa...  - oração subordinada adverbial temporal

c. que tinham uma surpresa para mim.  - oração subordinada substantiva completiva

d. para que não tenhas de mudar de cidade.- oração subordinada adverbial final


4. a) Ainda que a situação não fosse grave - Oração subordinada adverbial concessiva

b) pois o lugar dele estava vazio. - Oração coordenada explicativa

c) , que já não vejo há mais de dois anos,  ...- oração subordinada adjetiva relativa explicativa


5. a) como são os da Dona Luísa.-  Oração subordinada adverbial comparativa

b) logo foi convidado para um treino particular. - oração coordenada conclusiva

c) que não trabalhariam no dia seguinte. - oração subordinada substantiva completiva


6. 6.1. b)

6.2. a)

6.3. d)

6.4. d)

6.5. b)

6.6. b)

quarta-feira, 2 de abril de 2025

As orações subordinadas substantivas

 

https://estudoemcasaapoia.dge.mec.pt/recurso/oracoes-subordinadas-substantivas (abram e vejam)

1. As Completivas

* Ele disse que ia comigo. - que- conjunção subordinativa completiva (função sintática da oração:  CD: o quê?)

* Tenho fé de que a humanidade pare de destruir o planeta. ( do quê?- função sintática- complemento oblíquo)

* O nosso desejo é que os jovens sejam educados ( função sintática- predicativo do sujeito) 

* Perguntei se vinhas. (Complemento Direto) - o quê?

* Pedi  para vires. (Complemento direto)

2. As Relativas (sem antecedente) - ver o pronome relativo quem e o advérbio relativo onde.


Todas as orações escritas na cor vermelha são orações subordinadas substantivas relativas (sem antecedente)

Quem anda à chuva, molha-se.  quem- pronome relativo sem antecedente

O professor elogiou quem entregou o trabalho.

O professor conversou com quem tinha dúvidas.

O prémio foi ganho por quem mais precisava.

O professor ofereceu o livro a quem entregou o trabalho.

Ele compra livros onde é mais barato.

O Pedro não é quem parece.




terça-feira, 1 de abril de 2025

O Adamastor- o Medo

 https://www.youtube.com/watch?v=tkca6Q-2wcQ&ab_channel=FocanaHist%C3%B3ria

Adamastor é um gigante do espaço mitológicoSidónio Apolinário (um poeta romano, sacerdote e santo) cita este gigante pela primeira vez como um dos filhos de Gaia, que se rebelaram contra Zeus e por isso foram fulminados, ficaram dispersos e reduzidos a promontóriosilhas e fraguedos.


episódio do Adamastor representa, assim, em figuração grandiosa e comovente, as forças da natureza, a sua oposição à audácia dos navegadores portugueses comandados por Vasco da Gama e a predição da história trágico-marítima que se lhe seguiria. Os Lusíadas ilustra a superação do povo português sobre o medo de navegar em mares desconhecidos, onde este medo é sintetizado pela figura do gigante. Por haver superado a tempestade e seguido com sucesso o caminho pelo Oceano Índico, o rei D.João II renomeou o local que hoje é conhecido como Cabo da Boa Esperança. (Wikipédia)

https://www.youtube.com/watch?v=tkca6Q-2wcQ&ab_channel=FocanaHist%C3%B3ria

Adamastorescultura de Júlio Vaz Júnior no miradouro de Santa Catarina, LisboaPortugal