terça-feira, 6 de dezembro de 2022

O Corregedor e o Procurador - síntese



https://www.slideshare.net/franciscoteixeira35728466/autodabarcadoinferno-procurador-e-corregedor



Crítica à justiça que é corrupta e parcial. 


Notícia atual:

https://www.jn.pt/justica/juiz-acusado-de-corrupcao-ja-foi-suspenso-preventivamente-14373993.html

https://www.publico.pt/2018/02/24/sociedade/noticia/procurador-acusado-por-seis-crimes-de-corrupcao-passiva-1804333

https://www.rtp.pt/noticias/pais/buscas-no-ministerio-da-defesa-pj-fez-59-buscas-e-deteve-cinco-pessoas_v1451834

terça-feira, 29 de novembro de 2022

Família de Palavras

 


A partir das palavras seguintes, encontra a sua família de palavras, preenchendo o quadro:


Nomes______________Adjetivos ________Advérbios________Verbos_________

Ambição__________                    ________                    _______             ________

               __________   triste        _________                  ________             ________

               ___________                 _________alegremente_______              ________

Síntese sobre a cena do Judeu- REDIGIR O TEXTO EXPOSITIVO, DEPOIS DE LER A INFORMAÇÃO

 1. TAREFA

Redige um texto expositivo com um mínimo de 70 e um máximo de 100 palavras, no

qual te refiras:

 à personagem-tipo e à simbologia dos elementos cénicos que traz consigo;

 à reação do Diabo à sua chegada e ao seu percurso cénico;

 aos argumentos de acusação feitas pelo Diabo e pelo Joane (o Parvo);

 à crítica do autor relativamente à classe social a que a personagem pertence.


Judeu

Argumentos de defesa:

“Porque nom irá o judeu onde vai Brísida Vaz?”  -  o judeu queria ir na mesma barca da alcoviteira, na Barca do Diabo, até paga para entrar.

Argumentos de acusação:

  • “Nem eu nom passo cabrões”  -  o Diabo não queria deixar o judeu entrar na sua barca.
  • “E ele mijou nos finados n’argueja de São Guião”, “E comia a carne da panela no dia de Nossa Senhora”, “E aperta o Salvador e mija na caravela”  -  o judeu para além de não ser cristão, não respeitava a religião e tomava algumas atitudes incorrectas.
  • “ … sois mui ruim pessoa”  -  o Diabo acusava-o de ser uma pessoa má.

Elementos cénicos

Bode – significava o sacrifício dos animais e o apego à sua religião.

Condenação:

Ao contrário das outras personagens, o judeu não foi ter com o anjo, pois queria entrar na barca do Diabo, porque não é cristão. Vai à toa, ou seja, vai a reboque mais o bode.

Intenção crítica:

A intenção de Gil Vicente nesta cena é criticar os judeus pelos seus rituais religiosos, pelos sacrifícios que causavam aos animais e por estes não respeitarem a religião cristã.

Cómico

Cómico de linguagem: “, pedra miúda, lodo, chanto, fogo, lenha, caganeira que te venha”;    “co’a beca nos focinhos!”;  “Dize, filho da cornuda”;     “Levai o cabrão na trela” Cómico de situação: “veio o judeu, com um bode às costas”

Recursos de estilo

“Azar, pedra miúda, lodo, chanto, fogo, lenha” – enumeração O judeu era interesseiro porque queria entrar na barca do inferno subornando o Diabo, mas este não o queria deixar entrar porque achava que ele era má pessoa. Ele não foi na mesma barca que os restantes passageiros, porque naquela altura havia um grande preconceito para com os judeus. O judeu não era cristão, por isso é que não falou com o anjo, e não respeitava a religião cristã, como mostram alguns dos seus actos.


quinta-feira, 24 de novembro de 2022

Sub-classes dos verbos

 Do ponto de vista sintático, os verbos compreendem três subclasses, segundo o Dicionário Terminológico (DT), que, atualmente em Portugal, se destina a apoiar o estudo da gramática nos ensinos básico e secundário:


verbo principal; - Eu estudo.


verbo copulativo; - Ele é simpático. (verbos ser, estar, continuar, ficar, continuar, permanecer, parecer, revelar-se, tornar-se, etc)  Estes verbos pedem o predicativo do sujeito. (Ex: Ele é feliz /Eles parecem cansados)


verbo auxiliar. - Eu tenho feito os tpcs. / Isso será feito por ela./ Eles vão fazer o tpc.


Os verbos principais subdividem-se, por sua vez, em:


 intransitivo; - ele adormeceu (sem complementos).


– transitivo direto; - pede complemento direto - o quê/quem? - ele comeu o bolo/ ele encontrou o primo.


 transitivo indireto; - pede complemento indireto ou complemento oblíquo - ele pediu-lhe tempo/ Ele veio de comboio.


 transitivo direto e indireto; - Ele pediu-lhe /o livro. ou Ele pediu o livro /ao amigo.


transitivo-predicativo. -  Pede predicativo do CD - Ele nomeou o diretor /chefe de serviço.


Quanto aos tipos flexionais apresentados pelos verbos, temos:

verbo regular; - cantar, trabalhar, comer


verbo irregular; - ser, ir, ter, vir, fazer


verbo defetivo. - haver, caber, miar, trovejar, etc (não se conjugam em todos os tempos ou pessoas).


Os verbos defetivos subdividem-se ainda em verbos impessoais (Há, Havia, Existia, Chovia, Nevava) e verbos unipessoais ( o gato miava, o cão ladrava, etc).


in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/consultorio/perguntas/subclasses-verbais/32829 [consultado em 23-11-2021]

segunda-feira, 21 de novembro de 2022

Fazer a Biografia dos Direitos Humanos - avaliação da expressão oral de todos os alunos (1.º semestre)

Como fazer uma biografia - consulta
Copia este link e aprende:

https://pt.slideshare.net/amelasa/elaborar-biografia


Não te esqueças que o primeiro diapositivo é a capa - tem o logotipo da escola, a disciplina, os vossos nomes e turma; no 2º diapositivo deve constar um sumário do que vai ser apresentado (um pequeno índice de cada assunto); depois cada diapositivo refere um assunto - 3. Nome da pessoa, naturalidade e nacionalidade, 4-dados da família (pais, infância, adolescência, irmãos, etc); 5-vida académica; vida profissional; 6-feitos importantes/curiosidades e prémios recebidos; por fim 7-a bibliografia e/ou webgrafia com todos os livros e/ou sites consultados)

Nomes: Malala; Gandhi; Nelson Mandela; Aristides de Sousa Mendes; Martin Luther King; Tenzin Gyatso; Hortense Lougé; Denis Mukwege,  Nadia Murad, Jonhson Semedo, Alexei Navalny.

(Bibliografia

LIVRO: Último nome do autor, Primeira inicial. (Ano da publicação). Título do livro. Informação adicional. Nº da edição, Editora. Cidade da publicação. 

ARTIGO EM REVISTA PERIÓDICA: Último nome do autor, Primeira inicial. (Ano da publicação). Título do artigo. Título do Periódico, Volume: 1ª página-última página.

Exemplos:

Livro de um só autor: Costa, J. (1995). Caracterização e constituição do Solo. 5ª edição, Fundação Calouste Gulbenkian. Lisboa.

 Livro de vários autores: Cunha, C. e Cintra, L. (1996). Breve gramática do Português contemporâneo. 9ª edição, Edições João Sá da Costa. Lisboa.


WEBGRAFIA (ou sitografia)- exemplo

Lowara (2003). BG Series – Self-priming centrifugal pumps. Acedido em 24 de Novembro de 2003, em: http://www.lowara.com.- exemplo

Lowara (2003). BG Series – Self-priming centrifugal pumps. Acedido em 24 de Novembro de 2003, em: http://www.lowara.com.

quarta-feira, 19 de outubro de 2022

Modo Condicional e Modo Imperativo / Formas Nominais- verbo viajar

 

Modo Condicional  - a ação depende de uma condição

Tempo simples  - eu viajaria, tu viajarias, ele viajaria, nós viajaríamos, vós viajaríeis, eles viajariam


Tempo composto - eu teria viajado, tu terias viajado, ele teria viajado, nós teríamos viajado, vós teríeis viajado, eles teriam viajado


Modo Imperativo - dar conselhos, ordens

Viaja! Viajai!          Viajemos! Viaja !Viajem! (presente do conjuntivo com valor imperativo)

tu/vós                          nós/você/vocês


Formas nominais 

Infinitivo impessoal - viajar    / Infinitivo Pessoal - viajar eu, viajares tu, viajar ele, viajarmos nós, viajardes vós e viajarem eles??

Gerúndio - viajando  (simples)     e   Tendo viajado (composto)

Partícipio Passado - Viajado

Outubro- mês dos idosos/Comemoração do Centenário de José Saramago

 CARTA PARA JOSEFA


(texto de José Saramago)

Tens noventa anos. És velha, dolorida. Dizes-me que foste a mais b
ela rapariga do teu tempo – e eu acredito. Não sabes ler. Tens as mãos grossas e deformadas, os pés encortiçados. Carregaste à cabeça toneladas de restolho e lenha, albufeiras de água. Viste nascer o sol todos os dias. De todo o pão que amassaste se faria um banquete universal. Criaste pessoas e gado, meteste os bácoros na tua própria cama quando o frio ameaçava gelá-los. Contaste-me histórias de aparições e lobisomens, velhas questões de família, um crime de morte. Trave da tua casa, lume da tua lareira – sete vezes engravidaste, sete vezes deste à luz.
Não sabes nada do mundo. Não entendes de política, nem de economia, nem de literatura, nem de filosofia, nem de religião. Herdaste umas centenas de palavras práticas, um vocabulário elementar. Com isto viveste e vais vivendo. És sensível às catástrofes e também aos casos de rua, aos casamentos de princesas e ao roubo dos
coelhos da vizinha. Tens grandes ódios por motivos de que já perdeste a lembrança, grandes dedicações que assentam em coisa nenhuma. Vives. Para ti, a palavra Vietname é apenas um som bárbaro que não condiz com o teu círculo de légua e meia de raio. Da fome sabes alguma coisa: já viste uma bandeira negra içada na torre da igreja. (Contaste-me tu, ou terei sonhado que o contavas?) Transportas contigo o teu pequeno casulo de interesses. E, no entanto, tens os olhos claros e és alegre. O teu riso é como um foguete de cores. Como tu, não vi rir ninguém.
Estou diante de ti, e não entendo. Sou da tua carne e do teu sangue, mas não entendo. Vieste a este mundo e não curaste de saber o que é o mundo. Chegas ao fim da vida, e o mundo ainda é, para ti, o que era quando nasceste: uma interrogação, um mistério inacessível, uma coisa que não faz parte da tua herança: quinhentas palavras, um quintal a que em cinco minutos se dá a volta, uma casa de telha-vã e chão de barro. Aperto a tua mão calosa, passo a minha mão pela tua face enrijada e pelos teus cabelos brancos, partidos pelo peso dos carregos – e continuo a não entender. Foste bela, dizes, e bem vejo que és inteligente. Por que foi então que te roubaram o mundo? Mas disto talvez entenda eu, e dir-te-ia o como, o porquê e o quando se soubesse escolher das minhas inumeráveis palavras as que tu pudesses compreender. Já não vale a pena. O mundo continuará sem ti – e sem mim. Não teremos dito um ao outro o que mais importava.
Não teremos realmente? Eu não te terei dado, porque as minhas palavras não são as tuas, o mundo que te era devido. Fico com esta culpa de que me não acusas – e isso ainda é pior. Mas porquê, avó, porque te sentas tu na soleira da tua porta, aberta para a noite estrelada e imensa, para o céu de que nada sabes e por onde nunca viajarás, para o silêncio dos campos e das árvores assombradas, e dizes, com a tranquila serenidade dos teus noventa anos e o fogo da tua adolescência nunca perdida: “O mundo é tão bonito, e eu tenho tanta pena de morrer!”.
É isto que eu não entendo – mas a culpa não é tua.

O Fidalgo é uma personagem-tipo

 Caracterização do Fidalgo:


Cena Do Fidalgo (Don Anrique)
 
Adereços (símbolos cénicos) que o caracterizam:
-Pajem: desprezo pelos mais pobres.
-Manto: vaidade.
-Cadeira de espaldas: julgava-se importante e poderoso.
 
Argumentos de Defesa:
-A Barca do Inferno é desagradável (é um cortiço).
-Tem alguém na Terra a rezar por ele.
-É “fidalgo de solar” e por isso deve entrar na barca do Céu.
-É nobre e importante.
 
Pertence:
-À nobreza (crítica a este grupo social)
 
Acusações:
-Ter levado uma vida de prazeres, sem se importar com ninguém.
-Ter sido tirano para com o povo.
-Ser muito vaidoso.
-Desprezava o povo.
- É adúltero.
 
Referência ao pai de Don Anrique, porque:
-É uma crítica social, porque também o pai do Fidalgo já tinha entrado na Barca do Inferno, isto é, toda a classe nobre tinha os mesmos pecados.
 
A movimentação dele em cena - Percurso Cénico:
-1º Foi à barca do Diabo que lhe explica para onde vai a barca e recusa entrar, sempre em tom de ironia, porque tem alguèm a rezar por ele.
-Depois foi à barca do Paraíso para tentar a sua sorte, mas o Anjo acusa-o de tirania e de vaidade e diz-lhe de que maneira nenhuma pode lá entrar.
-O Fidalgo volta para a Barca do Inferno e o Diabo explica-lhe todos os seus pecados, fazendo com que ele fique muito triste e arrependido (mas antes de entrar ainda quer voltar à outrs vida para ver a amante e a mulher.
 
Momentos psicológicos da personagem:
-Ao princípio o Fidalgo está sereno e seguro que irá para o Paraíso.
-Dirige-se à barca do Anjo, de forma arrogante, e fica irritado, porque ele não lhe responde e mostra-se arrependido e desanimado por ter confiado no seu “estado”.
-No fim, dirige-se à barca do Diabo, mais humilde, pedindo-lhe que o deixe regressar à Terra para ir ter com a amante e ver a mulher.
 
Crítica de Gil Vicente nesta cena:
-Os nobres viviam como queriam (vida de luxúria)
-Pensavam que bastava rezar e ir à missa para ir para o Céu (crítica indireta à Igreja Católica que transmite esta mensagem).
 
Características dadas às mulheres desse tempo:
-Mentirosas
-Infiéis
-Falsas
-Fingidas
-Hipócritas
 
Caracterização do Fidalgo:
-Nobre (fidalgo de solar).
-Vaidoso.
-Presunçoso do seu estado social.
-O seu longo manto e o criado que carrega a cadeira  de espaldas representam bem a sua vaidade e ostentação.
-A forma como reage perante o Diabo e o Anjo revelam a sua arrogância ( de quem está habituado a mandar e a ter tudo).
-Apresenta-se como alguém importante.
-Despreza a barca do Diabo chamando-a de “cortiço”.
-A sua conversa com o Diabo revela-nos que, além da sua mulher tinha uma amante, mas que ambas o enganavam ,pois a mulher quando ele morreu chorava, mas era de felicidade e a amante antes de ele morrer já estava com outro.
-O Fidalgo é, pois, uma personagem-tipo que representa a nobreza, os seus vícios, tirania, vaidade, arrogância, infidelidade e presunção.
 
Desenlace:
-Inferno

domingo, 25 de setembro de 2022

Sonhar, mas fazer algo pelo sucesso!


 1. Identifica aqui as diferentes partes deste texto dos media - a entrevista.

1.Introdução

2.Corpo da entrevista

3.Conclusão (fecho)

Um bom ano com leituras - projeto de leitura

 Tal como nos anos anteriores, deves escolher um livro.Escolhe um livro desta lista ou apresenta outro -  que tenhas visto na biblioteca escolar ou na biblioteca municipal. Não te esqueças: o que importa é ler e que gostes do que estás a ler! Escolhe bem!


Pesquisa no Google e vai mudando a página para ires vendo:

https://pnl2027.gov.pt/np4/livrospnl?cat_livrospnl=catalogo_blx



Vê as capas:

https://www.fnac.pt/n537890/Plano-Nacional-de-Leitura/PNL-7%C2%BA-8%C2%BA-e-9%C2%BA-Ano/PNL-7%C2%BA-Ano



terça-feira, 31 de maio de 2022

Ainda tens dúvidas sobre como se escreve um texto de opinião?

 

Vê e ouve esta explicação. Obrigada.

https://auladigital.leya.com/share/e68ef5a1-c7a8-4fe3-9ef8-080f551f30bb

Início do ano letivo - Poema " Pelo sonho é que vamos"

 Poeta - Sebastião da Gama (Azeitão)

Pelo sonho é que vamos,
comovidos e mudos.

Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não haja frutos,
pelo sonho é que vamos.

Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
com a mesma alegria,
ao que desconhecemos
e ao que é do dia a dia.

Chegamos? Não chegamos?
– Partimos. Vamos. Somos.

 

Sebastião da Gama

https://www.estudioraposa.com/2012/06/28/sebastiao-da-gama-pelo-sonho-e-que-vamos/


terça-feira, 24 de maio de 2022

O texto poético - Soneto de Ruy Belo


 Ouve este poema e acompanha a sua leitura com o manual- página 240.

E tudo era possível

Na minha juventude antes de ter saído
da casa de meus pais disposto a viajar
eu conhecia já o rebentar do mar
das páginas dos livros que já tinha lido

Chegava o mês de maio era tudo florido
o rolo das manhãs punha-se a circular
e era só ouvir o sonhador falar
da vida como se ela houvesse acontecido

E tudo se passava numa outra vida
e havia para as coisas sempre uma saída
Quando foi isso? Eu próprio não o sei dizer

Só sei que tinha o poder duma criança
entre as coisas e mim havia vizinhança
e tudo era possível era só querer

Ruy Belo
in Homem de Palavra(s)


Revê a estrutura do soneto no manual. 

Faz a análise formal deste soneto (estrutura externa)- quantas estrofes, classificação das estrofes, rima e esquema rimático, número de sílabas métricas (ver se há regularidade ou não).

Qual o tema e qual o assunto? (análise interna)

A Ilha dos Amores e a Reflexão Final

Plano da Mitologia e da Viagem-Ilha dos Amores/prémio simbólico aos marinheiros e militares/glorificação do herói.

1. Vê este pequeno filme:



 
► A chegada dos Portugueses à Índia —Canto VI (a partir da estrofe 92)

     Vencidos todos os medos e perigos, os portugueses avistam finalmente a terra desejada, a Índia. A sua luta é coroada de êxito e de vitória. Por isso, na viagem de regresso eles vão ser premiados com a Ilha dos Amores (Canto IX), preparada por Vénus, onde recebem a recompensa pela sua coragem.
     No último canto, os portugueses conhecem profecias feitas por Tétis, favoráveis a novas descobertas. Finalmente, os navegadores regressam à pátria, onde poderão contar os seus feitos.

     Antes de terminar o poema, Camões dá conta da sociedade vil em que está inserido, sabendo que nunca será reconhecido pelos seus contemporâneos, e volta a apelar ao rei D. Sebastião para que, olhando para estes feitos relatados, faça da sua nação novamente uma nação gloriosa, colocando-se à disposição do rei quer nas armas, combatendo se necessário fosse, quer nas letras, estando pronto a celebrar novos feitos da pátria.




Os Lusíadas de Luís de Camões

ilustrados por Carlos Alberto Santos

Canto X estânc. 145-156

Final d'Os Lusíadas- após um momento de desalento quanto ao estado da nação, Camões dirige-se a D.Sebastião recomendando-lhe os súbditos em geral, as classes que mais directamente contribuem para o projecto imperial em particular e, finalmente, a si próprio e à sua Arte.

ouvir Ióleo de Carlos Alberto Santos (colecção particular)
145-
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No mais, Musa, no mais, que a lira tenho
destemperada e a voz enrouquecida,
e não do canto, mas de ver que venho
cantar a gente surda e endurecida.
O favor com que mais se acende o engenho
não no dá a pátria, não, que está metida
no gosto da cobiça e na rudeza
duma austera, apagada e vil tristeza.
no- não (castelhanismo);
lira- instrumento musical de poetas;
destemperada- desafinada;
favor- reconhecimento;
na rudeza de uma austera e vil tristeza- na incivilidade de uma sombria e indigna melancolia.
(Nota: esta estância e os 4 primeiros versos da est.146, de cariz derrotista, não se enquadram no tom das 147 e seguintes e representam, talvez, um aditamento posterior de Camões).
146-
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E não sei por que influxo de destino
não tem um ledo orgulho e geral gosto,
que os ânimos levanta de continuo
a ter para trabalhos ledo o rosto.
Por isso vós, ó Rei, que por divino
conselho estais no régio sólio posto,
olhai que sois (e vede as outras gentes)
Senhor só de vassalos excelentes.
por que influxo de destino- por que capricho da sorte;
não tem um ledo orgulho e geral gosto- não tem (a pátria, isto é, a população) um alegre orgulho e agrado generalizado (pela poesia);
a ter para trabalhos ledo o rosto- a enfrentar as canseiras com alegria;
no régio sólio- no trono real;
sois senhor só de vassalos excelentes- neste enquadramento, a frase é irónica; ver Nota à 145
147-
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Olhai que ledos vão, por várias vias,
quais rompentes leões e bravos touros,
dando os corpos a fomes e vigias,
a ferro, a fogo, a setas e pelouros,
a quentes regiões, a plagas frias,
a golpes de Idolátras e de Mouros,
a perigos incógnitos do mundo,
a naufrágios, a peixes, ao profundo.
plagas- regiões;
Idolátras- o mesmo que "idólatras", adoradores de ídolos, Hindus;
ao profundo- ao abismo (do mar).
148-
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Por vos servir, a tudo aparelhados;
de vós tão longe, sempre obedientes;
a quaisquer vossos ásperos mandados,
sem dar reposta, prontos e contentes.
Só com saber que são de vós olhados,
demónios infernais, negros e ardentes,
cometerão convosco, e não duvido
que vencedor vos façam, não vencido.

 

aparelhados- preparados;
ásperos mandados- ordens difíceis de cumprir;
sem dar reposta- sem contestar; sem ripostar;
cometerão- atacarão.
ouvir II
149-
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Favorecei-os logo, e alegrai-os
com a presença e leda humanidade;
de rigorosas leis desalivai-os,
que assim se abre o caminho à santidade.
Os mais experimentados levantai-os,
se, com a experiência, têm bondade
para vosso conselho, pois que sabem
o como, o quando, e onde as cousas cabem
leda humanidade- alegre trato;
desalivai-os- aliviai-os;
levantai-os- promovei-os;
têm bondade para vosso conselho- têm competência para vossos conselheiros.
150-
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Todos favorecei em seus ofícios,
segundo têm das vidas o talento;
tenham religiosos exercícios
de rogarem, por vosso regimento,
com jejuns, disciplina, pelos vícios
comuns; toda ambição terão por vento,
que o bom Religioso verdadeiro
glória vã não pretende nem dinheiro.
todos favorecei em seus ofícios (etc...)- todos apoiai (com leis benignas) nas suas profissões, que exercem segundo as suas aptidões;
de rogarem por vosso regimento- de rezarem pelo vosso reinado;
toda a ambição terão por vento- serão desinteressados.
151-
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Os Cavaleiros tende em muita estima,
pois com seu sangue intrépido e fervente
estendem não sòmente a Lei de Cima,
mas inda vosso Império preminente.
Pois aqueles que a tão remoto clima
vos vão servir, com passo diligente,
dois inimigos vencem: uns, os vivos,
e (o que é mais) os trabalhos excessivos.
remoto clima- regiões remotas.
152-
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Fazei, Senhor, que nunca os admirados
Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses,
possam dizer que são para mandados,
mais que para mandar, os Portugueses.
Tomai conselho só d'experimentados,
que viram largos anos, largos meses,
que, posto que em cientes muito cabe,
mais em particular o experto sabe.
Galos- franceses (de "Gália"- França);
que nunca.. possam dizer que são para mandados, mais que para mandar, os Portugueses- que nunca possam dizer que os Portugueses são uma nação servil, em vez de senhorial;
posto que em cientes muito cabe (etc...)- apesar dos estudiosos terem muitos conhecimentos (teóricos), os experientes sabem mais do concreto.
153-
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De Formião, filósofo elegante,
vereis como Anibal escarnecia,
quando das artes bélicas, diante
dele, com larga voz tratava e lia.
A disciplina militar prestante
não se aprende, Senhor, na fantasia,
sonhando, imaginando ou estudando,
senão vendo, tratando e pelejando.
Formião- filósofo grego que discursou perante o general Aníbal sobre a arte da guerra;
pelejando- combatendo.
154-
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Mas eu que falo, humilde, baixo e rudo,
de vós não conhecido nem sonhado?
Da boca dos pequenos sei, contudo,
que o louvor sai às vezes acabado.
Nem me falta na vida honesto estudo,
com longa experiência misturado,
nem engenho, que aqui vereis presente,
cousas que juntas se acham raramente.
Mas eu que falo, humilde (etc...) de vós não conhecido nem sonhado?- Mas quem sou eu, que vós (o Rei) nem conheceis, para assim falar?
acabado- perfeito.
155-
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Para servir-vos, braço às armas feito,
para cantar-vos, mente às Musas dada;
só me falece ser a vós aceito,
de quem virtude deve ser prezada.
Se me isto o Céu concede, e o vosso peito
digna empresa tomar de ser cantada,
como a pressaga mente vaticina
olhando a vossa inclinação divina.
só me falece (etc...)- só me falta ser por vós aceite (como conselheiro?), pois tenho merecimentos que devem ser reconhecidos;
se o vosso peito digna empresa tomar de ser cantada- se vos lançardes num cometimento digno de ser celebrado em verso;
como a pressaga (etc...)- como se pressente da vossa propensão inspirada por Deus.
156-
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Ou fazendo que, mais que a de Medusa,
a vista vossa tema o Monte Atlante,
ou rompendo nos campos de Ampelusa
os muros de Marrocos e Trudante,
a minha já estimada e leda Musa
fico que em todo o mundo de vós cante,
de sorte que Alexandre em vós se veja,
sem à dita de Aquiles ter inveja!
O poeta realça o poder da sua arte dizendo: asseguro (fico) que em todo o mundo serão declamadas as poesias que exaltarão os vossos feitos, fazendo que em Marrocos sejais mais temido que tudo- Atlas, que deu o nome à cordilheira marroquina (também chamada Atlante) teria sido transformado em pedra pela visão da cabeça de Medusa- de maneira que Alexandre Magno se reveja em vós sem ter, assim, que invejar a glória de Aquiles (herói da Ilíada).

FIM d' OS LUSÍADAS
João Manuel Mimoso





Faz este quiz da Ilha dos Amores: https://quizizz.com/admin/quiz/5e9d85fa2143fe001cfa0a7d/a-ilha-dos-amores-episodio-de-os-lusiadas

segunda-feira, 23 de maio de 2022

Gramática- para os alunos que tiveram negativa ou que querem melhorar a nota:

Abram:

joinmyquiz.com
2.Código
3970 9549

A tempestade - episódio naturalista - plano narrativo da viagem e plano da mitologia




 A- Se não vieste à aula, assiste aqui a estas duas aulas. Vais assim ficar preparado:


https://estudoemcasa.dge.mec.pt/2020-2021/9o/portugues/39

https://estudoemcasa.dge.mec.pt/2020-2021/9o/portugues/40


B. Ouve com atenção e vai lendo:

Agora o Narrador é Camões. Já saíram de Melinde.


1. Atenção às sensações /sentidos que estão presentes na descrição da tempestade: 70, 71, 72.

visuais- ( 2 exemplos)

auditivas- ( 2 exemplos)


2. exemplos da hipérbole - estrofe 74

adjetivação- estrofe 73

perífrase- estrofe 35

anáfora - estrofe 76


3. Quem vai intervir para salvar a armada? Como se resolve este problema desencadeado pelo deus Baco? 

4. Faz este quiz:https://app.escolavirtual.pt/lms/playerteacher/resource/525647/L?se=4022&seType=&coId=167087


Orações subordinadas substantivas - 2

 As orações subordinadas substantivas são duas:


1. A oração subordinada substantiva completiva:


Ele disse/ que vinha amanhã.   Ele disse- subordinante/ que vinha amanhã(O.Sub.substantiva completiva)

que - conjunção subordinativa completiva

Ela perguntou/ se estavas cá.    se- conjunção subordinativa completiva

É necessário/ que estudes!      ...


2. Oração subordinada substantiva relativa (sem antecedente)

Quem vai ao mar, perde o lugar!   Quem- pronome relativo invariável

Subordinante- perde o lugar

Oração subordinada subs. relativa - quem vai ao mar




Orações Subordinadas Adjetivas Relativas - 2


São duas:

* Oração subordinada adjetiva relativa explicativa (com vírgulas)

O presidente, que queria resolver aquele caso, deu a entrevista à CMTV.

que- pronome relativo ( o antecedente do que é - o presidente)

O presidente deu a entrevista à CMTV- subordinante

que queria resolver aquele caso - O.Sub. adjetiva relativa explicativa


* Oração subordinada adjetiva relativa restritiva (sem vírgulas)

A miúda de que te falei não parecia surpreendia.

A miúda não parecia surpreendida - Subordinante

de que te falei - Oração Sub.Adjetiva Relativa Restrita

 

terça-feira, 17 de maio de 2022

Adamastor, símbolo dos medos do desconhecido (PLANO NARRATIVO DA VIAGEM/ PLANO NARRATIVO DA MITOLOGIA)


 1. Assiste primeiro aos episódios do EstudoEmCasa sobre este episódio mitológico:

"Os Lusíadas" – O Adamastor (1) | #EstudoEmCasa (mec.pt)

"Os Lusíadas" – O Adamastor (2) | #EstudoEmCasa (mec.pt)

2. Depois vê os vídeos:


Trabalho da aula:
1. Faz o retrato físico e psicológico desta figura mitológica- estrofes 39, 40, 49, 50, 51;

2. Faz a síntese das profecias (o que diz que se vai passar ali, no futuro) - estrofes 43, 44, 45, 46, 47, 48;

3. Reconta a história de amor não correspondido entre o Adamastor e a ninfa Tétis- estrofes 52, 53, 54, 55, 56.

Modificador do Nome

Observa este vídeo:



Faz estes exercícios na caderno: identifica o modificador do nome apositivo e modificador do nome restritivo:

 1. O povo, que estava muito emocionado, acompanhou a procissão.

2. Vasco da Gama, muito preocupado com o estado psicológico dos seus homens, decidiu partir rapidamente.

3. As mães cujos filhos partiam choravam.

4. As esposas, sentindo-se abandonadas, também não acreditavam que estes voltassem.

5. O narrador deste episódio das Despedidas de Belém é o próprio Vasco da Gama, que relembra a partida de Belém (por analepse).

6. O rei de Melinde, que parece muito interessado na nossa História, pede para Vasco da Gama lha narrar.



Praia das Lágrimas (Despedidas de Belém)

 https://portuguesnalinha.blogs.sapo.pt/os-lusiadas-analise-do-episodio-13453


Assiste em casa à análise do episódio: 

Os Lusíadas: despedidas em Belém (1) | #EstudoEmCasa (mec.pt)


"Os Lusíadas" – Despedidas em Belém (2) | #EstudoEmCasa (mec.pt)

Agora vê este vídeo e responde ao jogo (todos os alunos que estão com Covid ou que não entregaram o texto expositivo):

joinmyquiz.com

3888 2221

quarta-feira, 11 de maio de 2022

Correção da ficha sobre as orações subordinadas adverbiais - Autocorreção

 

1. Vai ao manual e escreve aqui todas as 7 subclasses das conjunções subordinativas adverbiais ( e/ou locuções subordinativas adverbiais):

a)      Causais – porque, visto que, já que, como, etc

b)      Temporais- quando, enquanto, mal,

c)      Finais- para, para que, a fim de que, …

d)      Condicionais- se, caso, desde que,

e)      Comparativas-tal como, como

f)       Consecutivas-que ( antecedido de tão, tanto, de tal maneira…)

g)      Concessivas- embora, muito embora, ainda que, se bem que que, mesmo que

 

2. Atenção à frase complexa:

Eu vou contigo/, porque gosto de comer nesse restaurante.

Eu vou contigo, - Oração Subordinante (oração principal)

porque gosto de comer nesse restaurante. – Oração Subordinada Adverbial Causal.

 

3.Reescreve as frases, substituindo a oração subordinada por outra introduzida pelo conetor entre parênteses. Segue os exemplos. Para além da oração subordinante (oração principal), terás uma oração subordinada adverbial causal.

 

Exemplo 1

Poucas pessoas podiam acompanhar o orador, que usava palavras inusitadas no seu discurso. (uma vez que) Poucas pessoas podiam acompanhar o orador,/uma vez que usava palavras inusitadas no seu discurso.

 

Exemplo 2

Os alunos, que não teriam mais aulas naquele dia, foram todos dispensados. (como)

Como o teriam mais aulas naquele dia, os alunos foram dispensados.

 

a) O professor, que estava muito cansado naquele dia, resolveu dispensar a turma. (visto que)

 

O professor resolveu dispensar a turma, porque estava muito cansado naquele dia.

 

b) Os jogadores, que haviam treinado com afinco, executaram com perfeição as jogadas ensaiadas. (em virtude de)

 

Em virtude de os jogadores terem (haverem ) treinado com afinco, executaram as jogadas ensaiadas.

 

c) A loja teve de trocar a mercadoria, que estava completamente estragada (porque).

 

A loja teve de trocar a mercadoria, porque estava completamente estragada.

 

d) A companhia, que tinha instalões muito pequenas para o volume cada vez maior de negócios, adquiriu uma nova sede (uma vez que).

A companhia adquiriu uma nova sede, uma vez que tinha instalações muito pequenas para o volume cada vez maior de negócios.

 

e) Muitas pessoas compraram o novo modelo do automóvel, que era económico e prático. (visto que)

 

                Muitas pessoas compraram o novo modelo do automóvel, visto que  era económico e prático.

 

f) Trago sempre o meu carro a esta oficina, que tem os melhores mecânicos da cidade. (já que)

                Trago sempre o meu carro a esta oficina, já que  tem os melhores mecânicos da cidade.

 

 

                 4. Classifica agora as orações subordinadas adverbiais sublinhadas:

 

a)      Mal cheguei, deixou de chover.  Oração subordinada adverbial temporal

b)      Embora fosse inteligente, não conseguiu ter sucesso.___O. SUBORDINADA ADV. CONCESSIVA

c)       Não faças isso para não te arrependeres depois. O. SUBORDINADA ADV. FINAL

d)      Embora estivesse cansada, acabei por ir ao jantar. O. SUBORDINADA ADV. CONCESSIVA

e)      Se o meu pai tivesse estudado mais, poderia ter sido um grande investigador._ O. SUBORDINADA ADV. CONDICIONAL

f)        Ela era alta como me tinhas dito._ O. SUBORDINADA ADV. COMPARATIVA

g)      Eles beberam tanto que não poderiam conduzir._ O. SUBORDINADA ADV. CONSECUTIVA

 

9. Completa a tabela, de acordo com o exemplo.

 

 

Frase

Oração subordinante

Oração subordinada (junto à conjunção ou locução conjuncional)

Classificação da oração

subordinada

1. Enquanto conduzia, ouvia as nocias. 

 

ouvia as notícias

enquanto conduzia

O.Sub. Adverbial temporal

2.  Quando acabares o trabalho, podes  jogar

computador.

 Podes jogar

 Quando acabares o trabalho

 O.Sub.adv temporal

3. A fim de conseguir bons resultados, o

aluno empenhou-se mais este ano.

 o

aluno empenhou-se mais este ano.

 A fim de conseguir bons resultados

 

O.Sub.adv. final

4.  Visto  que  chovia  imenso,  não  fui  ao

teatro.

 Não fui ao teatro

 Visto que chovia imenso

O.Subordinada adv. causal

5. Caso fiques em casa, telefona-me.

 

 Telefona-me

 Caso fiques em casa

 O.Sub. Adverbial condicional

6. Ele é estudioso como ela (é estudiosa).

 

 Ele é estudioso

 Como ela …

 O.Sub.Adverbial Comparativa

7.   Podes   sair,   desde   que   acabes   os

trabalhos.

 Podes sair

 Desde que acabes os trabalhos

 O.Sub. Adverbial Condicional

8.   Choveu   tanto   que   as   ruas   ficaram

intransiveis

 Choveu tanto

 Que as ruas ficaram intransitáveis

 O.Sub.Adverbial Consecutiva