segunda-feira, 5 de maio de 2025

A tempestade n'Os Lusíadas- resumo e recursos expressivos

 https://portuguesnalinha.blogs.sapo.pt/os-lusiadas-analise-do-episodio-a-14024


Canto VI – est. 84-93

Enquanto o Consílio dos Deuses do Mar se realizava, os navegadores continuavam, a sua viagem, contando histórias a bordo (os 12 de Inglaterra - 12 cavaleiros portugueses entre eles o Magriço, foram salvar a honra de 12 damas, a Inglaterra). É nesse momento que os marinheiros são surpreendidos pela Tempestade, em cuja descrição se cruzam dois planos narrativos: da viagem e dos deuses.

Divisão do episódio em quatro partes:

  • Tempestade e agitação a bordo (agitação dos elementos da natureza – vento, nuvens e mar – e dos elementos humanos – marinheiros);

              - Os sinais que alertam a proximidade da tempestade são o vento e a nuvem negra.

              - O mestre manda amainar, ou seja, baixar as velas mais altas, atirar tudo ao mar (alijar) e dar à bomba para tirar o excedente de água nas naus.

             - Os verbos utilizados para transmitir as ordens são os seguintes: “amaina” e “alija” (modo imperativo);

             - O responsável pela tempestade foi Baco, que não queria que os portugueses chegassem à Índia e convenceu os deuses marinhos a reunirem - Consílio dos deuses marinhos e dos ventos;

            - A tempestade provocou efeitos terríveis, ela fez com que as naus ficassem muito estragadas, o que provocou uma grande aflição aos portugueses. Elementos textuais que podem ilustrar esta afirmação: “Quebrando leva o mastro pelo meio,/Quase toda alagada; A gente chama/ Aquele que a salvar o mundo veio." (Jesus)

- Expressões que traduzem a violência da tempestade: “Mostra a possante nau, que move espanto.” e “Vendo que se sustém nas ondas”. A determinação dos marinheiros portugueses perante os acontecimentos trágicos.

 

  • 2- Súplica de Vasco da Gama à divina guarda- Deus;

 

  • 3- Intervenção de Vénus: pedido às ninfas amorosas para acalmarem os ventos/seduzem os ventos que deixam de soprar e a tempestade acaba;
  • 4. Chegada à Índia e agradecimento de Vasco da Gama a Deus por ter conseguido chegar.

 

 

Principais argumentos utilizados por Vasco da Gama na sua súplica a Deus:

- A omnipotência divina (Deus já ajudara outros povos em dificuldades).

- Os portugueses estão ao serviço de Deus (vão espalhar a fé cristã por terras desconhecidas), logo tinham uma missão religiosa e merecem ser ajudados.

- Louva aqueles que morreram lutando pela fé cristã, pois era preferível uma morte heróica e conhecida em África a combater, do que uma morte devido a um naufrágio anónimo, sem honras, nem vitórias (nem chegaram à Índia).

- O verso que traduz o estado de espírito de Vasco da Gama é o seguinte:  e “Confuso de temor, da vida incerto”.

- O pedido de Vasco da Gama não foi atendido. A tempestade não acalmou.

- A responsável pelo fim da tempestade foi Vénus.

- Expressões que comprovam a bonança da tempestade: “E logo à linda Vénus se entregavam/ Amansadas as iras e os furores/ De lhe serem leais esta viagem”.

Provérbio: Depois da tempestade, a bonança.

Recursos expressivos:

 

Estrofe   

Recurso Expressivo

Exemplo

75

Perífrase

“Aquele que a salvar o mundo veio” - Jesus

71

Hipérbole

“Em pedaços a fazem cum ruído/ Que o Mundo pareceu ser destruído”

84

Comparação

“… os ventos, que lutavam/ como touros indómitos”

81

Apóstrofe

“Divina Guarda, angélica, celeste” - invocação a Deus

78

Antonomásia

“O grão ferreiro sórdio que obrou” - Vulcano era assim conhecido

84

Personificação

“…os ventos, que lutavam/..bramando…/Pela exárcia, assoviando.”

72

Anáfora

Alija (disse o mestre rijamente),/ Alija tudo ao mar”

81

Dupla Adjectivação

“…o segundo/Povoador do alagado e vácuo mundo”

71

Dupla Adjectivação

“Quanto se dá a grande súbita procela”

Sem comentários:

Enviar um comentário